quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sonhos de Pandora


Segui... Havia poucas palavras

Raras palavras

Roucas palavras

Para serem ditas!

Evitei os malabarismos poéticos:

Eu estava próxima demais de mim!

Deixei latente e latejante algumas sílabas soltas:

Elas poderiam denunciar minha insensatez poética!

Parti em busca de um discurso

Menos introspectivo, menos caótico

Mais sereno...

E eu estava ali, no meio de todas as letras, ensimesmada

No desvario de minhas perfunctórias buscas...

Não havia mais motivo para o sonho

A ilusão foi deveras incoerente

Inconsequente, premente...

Fiquei a sós com minha incongruência sem ritmo

E me lancei em busca de outras rimas...

Mas não havia mais motivo para rimar:

O poema já tinha sido escrito em versos livres...

Livres! Tão livres que se prendeu numa semântica totalmente sem estilo!

Coloquei-o numa caixa e o entreguei à Pandora!

 

Roziner Guimarães