(Desconheço a autoria dessa foto)
Férias! Tempo de sair e se divertir... Viajar! Fazer trilhas! Tomar banho de cachoeira! Ver os pores do sol... Namorar! Mas eu fui ser professora (de Português! Aff!) e deu nisto: passar as férias corrigindo textos dos alunos. Aí fico com minhas asas presas em palavras miúdas, esfareladas e o vôo se torna difícil. Para não ficar sufocada nas linhas mal traçadas, amarroto as lágrimas na garganta e começo a dar risadas do que leio. (Cada um se diverte como pode!). Não vou perder meu bom humor com as pérolas que eles produzem! Não vou me preocupar com a "viajem" de alguns deles. Pelo contrário, já me libertei de toda e qualquer "culpa" e, agora, a caneta corre ligeira pelas folhas abarrotadas de "mesmisses", ops, mesmices. Perdoem-me, isso é contagioso... Outro dia, escrevi "chuvendo"... Isso "impreguina na jenti".
Pois é... Voltando ao "asunto discultido", quero dizer, assunto discutido, muitos insistem em escrever "atravéz", "apartir", "deve de compreender". E tem aqueles que escrevem: "adimirada", "anciosa", "prescisa". Eu, quando leio isso, também fico ansiosa, para não dizer admirada, com a "copreenção" (ou seria "compreenção"?) que eles têm sobre alguns aspectos gramaticais (e linguísticos, semânticos etc. etc. e etc.). Veja o que uma aluna escreveu: "é de subimportância a intertextualidade na construção de um texto, pois teremos uma comprienção definida do que o autor vai nos transmitir". "Subimportância"? Ah, pois sim! Depois ainda "dam", ops, dão risada quando o professor escreve "chuvendo" ou quando um outro, por uma questão de rotacismo, troca o "l" pelo "r" em, por exemplo, "púbrico". Ah, para!
"Cança" corrigir "introdusão", disculção" , "exências" (traduzindo: "essências"), "convençer" ... E, isso não é nada diante desta pérola: "coesão e coerência caminhão juntas para isso devemos usala de acordo para a frase não perder o sentido." É, se não usala de acordo, vamos todos "ser-mos" atropelados. E se fosse só isso...
Tem aqueles que falam bonito: "É necessário o saber compartilhado (kkkkk eu bem que "compartilho", mas...), argumentos que dão uma explicação a sua negativa ou afirmativa que enriquece o texto e dá valor agregado a obra". Você entendeu??? Nem eu!!!" De "muinto" dificil "compreendimento"! Pensa que acabou? Tem mais: "A textualidade é improtante pois tem que aver uma boa articulação e organização de opinião e conhecer bem o assunto proposto, a intertextualidade tem que aver um bom dialogo com outros altores com opinião de pessoa que entende bem compreendimento adequadanento o que foi pedito." Uffa! Quase tive um "trosso"!
E sabe o nome da disciplina que trabalho: "Português Estrumental". É... só pode mesmo ser "estrumental"!!! Que "seje"! Fazer o quê? Que fiquem com as asas presas quem não "pença", "despresa" a leitura de bons "altores" e fica por aí escrevendo "asnisses" e fazendo o coitado do professor de português ter "colapissu nervozo".
[...] Diz aí, meu irmão, é ou não é pra desistir da profissão????! Depois alguns ainda me criticam quando falo que quero ir vender meus livros na praia!!! Ah... Vai se f...! Deixem-me voar!...
Nota: o título deste texto faz alusão ao texto de uma aluna. Ela escreveu: "Joãnzinho". Pode? Pode!!!!
Roziner Guimarães