sábado, 17 de julho de 2010

"Joãnzinho": que que isso, minha "jenti"????

              

                                                 (Desconheço a autoria dessa foto)

              Férias! Tempo de sair e se divertir... Viajar! Fazer trilhas! Tomar banho de cachoeira! Ver os pores do sol... Namorar! Mas eu fui ser professora (de Português! Aff!) e deu nisto: passar as férias corrigindo textos dos alunos. Aí fico com minhas asas presas em palavras miúdas, esfareladas e o vôo se torna difícil. Para não ficar sufocada nas linhas mal traçadas, amarroto as lágrimas na garganta e começo a dar risadas do que leio. (Cada um se diverte como pode!). Não vou perder meu bom humor com as pérolas que eles produzem! Não vou me preocupar com a "viajem" de alguns deles. Pelo contrário, já me libertei de toda e qualquer "culpa" e, agora, a caneta corre ligeira pelas folhas abarrotadas de "mesmisses", ops, mesmices. Perdoem-me, isso é contagioso... Outro dia, escrevi "chuvendo"... Isso "impreguina na jenti".  
           Pois é... Voltando ao "asunto discultido", quero dizer, assunto discutido, muitos insistem em escrever "atravéz", "apartir", "deve de compreender". E tem aqueles que escrevem: "adimirada", "anciosa", "prescisa". Eu, quando leio isso, também fico ansiosa, para não dizer admirada, com a "copreenção" (ou  seria "compreenção"?) que eles têm sobre alguns aspectos gramaticais (e linguísticos, semânticos etc. etc. e etc.). Veja o que uma aluna escreveu:  "é de subimportância a intertextualidade na construção de um texto, pois teremos uma comprienção definida do que o autor vai nos transmitir". "Subimportância"? Ah, pois sim! Depois ainda "dam", ops, dão risada quando o professor escreve "chuvendo" ou quando um outro, por uma questão de rotacismo,  troca o "l" pelo "r" em, por exemplo, "púbrico". Ah, para!
               "Cança" corrigir  "introdusão", disculção" , "exências" (traduzindo: "essências"), "convençer" ...  E, isso não é nada diante desta pérola: "coesão e coerência caminhão juntas para isso devemos usala de acordo para a frase não perder o sentido." É, se não usala de acordo, vamos todos "ser-mos" atropelados. E se fosse só isso...
               Tem aqueles que falam bonito: "É necessário o saber compartilhado (kkkkk eu bem que "compartilho", mas...), argumentos que dão uma explicação a sua negativa ou afirmativa que enriquece o texto e dá valor agregado a obra". Você entendeu??? Nem eu!!!" De "muinto" dificil "compreendimento"! Pensa que acabou? Tem mais: "A textualidade é improtante pois tem que aver uma boa articulação e organização de opinião e conhecer bem o assunto proposto, a intertextualidade tem que aver um bom dialogo com outros altores com opinião de pessoa que entende bem compreendimento adequadanento o que foi pedito." Uffa! Quase tive um "trosso"!
               E sabe o nome da disciplina que trabalho: "Português Estrumental". É... só pode mesmo ser "estrumental"!!! Que "seje"! Fazer o quê? Que fiquem com as asas presas quem não "pença", "despresa" a leitura de bons "altores" e fica por aí escrevendo "asnisses" e fazendo o coitado do professor de português ter "colapissu nervozo". 
              [...] Diz aí, meu irmão, é ou não é pra desistir da profissão????! Depois alguns ainda me criticam quando falo que quero ir vender meus livros na praia!!! Ah... Vai se f...! Deixem-me voar!...


Nota: o título deste texto faz alusão ao texto de uma aluna. Ela escreveu: "Joãnzinho". Pode? Pode!!!!

Roziner Guimarães


 


5 comentários:

  1. Jânzinho, arriba, vamu adescança...

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  2. agua dura em pedra mole quem sabe??? kkkk português estrumental? aff ... oncotô? poncovô?donqueuvim? vredade...ninguem mereçi içu nus dia di hoge ... vai vender seus livros na praia ....podes crer ....

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  3. Creio que o que desalenta o professor é a questão de sua importância: quanto vale o professor na sociedade de consumo? Os alunos olham para a gente e, penso, perguntam-se: quererei (olha eu pensando que aprenderam a conjugar os verbos) ser como ele (a) no futuro? E por não ver importância na profissão e no profissional passam a desprezar a língua portuguesa para mostrar iço... iço.. iço... diz Chaves, poncovô???

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  4. É, mana, infelizmente, também acredito que uma das causas do desprezo ao estudo da língua materna se deve à desvalorização do professor. Esse profissional está em qualquer concurso público tão desvalorizado que o valor ofertado para seu trabalho é bem menor do que o de um técnico em qualquer área do conhecimento. Esta sociedade se esqueceu de que todo profissional- médico, juiz, veterinário, químico etc - para exercer sua função, antes tem de ser aluno, isto é,PRECISA de um professor!

    Por iço, cançei e çei poncovô!!!

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  5. Buscando explicações no tempo, acredito estarmos saindo das cavernas. Alguns sobreviverão, enquanto outros terão que sustentar suas "verdades" numa sociedade que insiste em permanecer na caverna.

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