sábado, 11 de junho de 2011

Descobertas...


... Eu fiquei me perguntando: "O que eu estava fazendo ali?" "Que sentimentos eu experimentava?" "O que tudo aquilo me revelava?" Esses ganchos me fisgando e eu tentando dar a eles uma resposta que nem sei ao certo qual é, apesar de uma leve desconfiança a seu respeito. Mas, como tomei a decisão de ser pesquisadora de mim, não me contentei com a desconfiança... 


Poucas pessoas tinham chegado para a festa. (Festa? Ou seria apenas uma confraternização? Confraternizava-se o quê?). Poucos carros estacionados. Procurei por um em especial. Mas ele não estava estacionado ali. Sinal de que ele ainda não tinha chegado... Estacionei o meu carro e resolvi entrar. Entrei. Vi algumas pessoas (sei lá se conhecidas... Não me recordo!). Olhei para trás e vi uma mulher conhecida. Ela estava num outro cômodo da casa, mas eu a podia ver pela "janela", isto é, uma abertura igual àquela de restaurante, por onde os cozinheiros entregam a comida ao garçon para ser servida aos fregueses. Essa mulher usava um vestido de festa junina e estava com o cabelo em tranças. Pareceu-me que ela preparava alguma comida. Ela me disse alguma coisa que também não me recordo o que seja.

Saí dali para ir embora. Muitos carros estavam agora estacionados lá fora. O meu carro estava bem no fundo do estacionamento. Fui até ele e pensei: "Como farei para sair daqui?" Entrei no carro e, na minha frente, tinha uma cratera enorme. Não dava para seguir em frente. Continuei olhando e vi uma "picape", aquela camionete antiga, tentando atravessar aquele buraco. As rodas traseiras da picape estavam "patinando" sobre o abismo. Pensei: "Ih... vai cair". Se caiu, não sei. Engatei marcha à ré e, quando olhei para trás, também tinha ali uma cratera. Mas, inda assim, manobrei o carro e consegui sair. Não consigo diagnosticar o meu sentimento naquele instante. Segui em frente. Deparei-me com uma ponte, que mais parecia uma pinguela feita de gravetos e cipós. Essa "ponte" era estreita e estava meio quebrada. Parece que senti um pouco de medo. Mas, mesmo assim, decidi atravessá-la com meu carro. Pisei no acelerador, que estava amarrado por um cipó, e esse cipó arrebentou. Segui em frente com o carro. Atravessei a ponte e, no final dela, tinha uma porta. Abri a porta...
 Algumas respostas me ocorreram. Mas a maior delas é a certeza de que a decisão é seguir em frente, enfrentando o medo se ele vier. A passagem é, sem dúvida, perigosa, mas há uma saída. É preciso apenas abrir a porta. Do outro lado, está a vitória.

Roziner Guimarães

2 comentários:

  1. Encontrei seu blog em menos de uma semana... Através do que você escreve mergulhei fundo nas suas palavras... Me sinto tão bem em ler o que você escreve... A cada dia olho ansioso em busca de algo novo por aqui... Estarei aqui todos os dias... Parabéns pelo blog... abraços
    Jadylson

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  2. Adorei o conto, parabéns! Estou te seguindo, viu?Tem um recadinho importante lá no meu Blog, estou te esperando, ok? Abraço, Milla

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