sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mocinhas e mocinhos,

               Não sei por que ainda teimo em me fazer ouvida... Há tantos ouvidos moucos por aí... Mas insisto! Minha obstinação pelas "coisas fugidias" vem de muito tempo! Não foi por acaso que escrevi "Constância"! Não nasci à toa! Meu lema é "lutar pelo que quero e conseguir!" Não transformei o advérbio "talvez" em verbo... Por isso, o quase "inacessível" é o motivo da minha persistência. Não aceito calmamente a indiferença... Talvez esta seja mais uma tentativa vã.  Isso pouco importa! Como bem escreveu Johnnie Walker, "não deixe que nada te desanime, pois até mesmo um pé na bunda te empurra para a frente."    
               Apesar do tom humorístico, esse pensamento é verdadeiro e deveria ser compreendido por todos.   "Um pé na bunda" pode significar "indiferença diante de algo", "falta de educação", "incompreensão", "falta de juízo", "descompromisso", "irresponsabilidade" e tantas outras coisas... Ficamos apenas com esses significados, por enquanto. Eu sei o sentido que, para mim, esse pensamento encerra. Isso também pouco importa! Poucos são aqueles que estão preocupados com os outros... A insensatez da alma humana, às vezes, não nos permite apreender o verdadeiro sentido das palavras... Mas as palavras estão lá... Prontas para ser compreendidas... Desfraldadas... Sentidas! Mas existem muitos moucos, cegos e paralíticos por aí. Aparelho para surdez, óculos, bengala não ajudam a compreender as palavras... A encontrar o verdadeiro sentido delas.  O que ajuda é o compromisso em assumi-las... Em senti-las!
               Talvez seja por compreender isso que, ultimamente, tenho andado na corda bamba de uma sequência de talvez... "O pé na bunda" tem sido constante! Mas insisto! Quem sabe (a dúvida persiste), apesar de tantos talvez, eu ainda possa ajudar os moços e as mocinhas a aprender a conversar com as palavras... Ouvir o som melodioso delas... Sentir um poema, um conto, um romance... Interpretar um artigo ou (por que não?) a vida que levam... O meu monólogo talvez se transforme em diálogo! Ou não, como diria Caetano. Por isso, nem preciso (e nem vou) me delongar, porque poucos serão aqueles que irão "perder tempo" em ler isso aqui...
               Finalizo, pois, com a convicção (para não dizer "convocação") de que é necessário que os moços e as mocinhas se comprometam, rápido (enquanto é tempo), em compreender o sentido de tudo que eles vêem, ouvem e sentem, isto é, que comecem a dialogar consigo, com os outros e com o mundo, porque hoje, ou amanhã, alguém vai lhes dar o "pé na bunda" (Só vai para frente com o "pé na bunda" quem não anda na contramão da vida.) e aí... Aí, moço e mocinha, de futuro do Brasil, vocês poderão passar a ser um problema social.  Se é que me entendem!

Roziner Guimarães

Um comentário:

  1. Mana, vc está cada vez melhor. Insuperável. Vou usar essas coisitas ímpares (olha que oxímoro) em minhas aulas.... continue contribuindo com o inútil que eu transformo em útil... dizendo isso e pensando em Manoel de Barros com vocação para o inútil e vc como ele, "Não sei por que ainda teimo em me fazer ouvida... Há tantos ouvidos moucos por aí..."

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